“-As aulas correram bem, Teresa!
-Correm sempre, não é? – Perguntava o Avô Campos com o seu sorriso de criança.
-Claro! E se fossemos lanchar, Avô?
-Óptima ideia! Vamos lá dentro…já preparei o nosso lanche!
E lá ia Maria com o Avô Campos, para a parte de trás da livraria! Lá no fundo encontrava-se uma sala com vista para um pequeno jardim. Só havia uma mesa e duas cadeiras, rodeadas por livros, que ainda não estavam devidamente identificados para poderem ser vendidos.
Maria adorava aquela sala! Era ali que Maria e o Avô apreciavam o seu lanche enquanto olhavam para o jardim (até mesmo no Inverno, estava sempre bonito!)! E depois, Maria escolhia um livro para o Avô lhe falar um bocadinho sobre ele.
- Hum…estava cheia de fome!
-Fome não! Só tem fome quem não come à três dias!
-Ups! Estava cheia de vontade de comer! – Dizia Maria, saboreando um ultimo bocado do bolo. – Avô…de que fala aquele livro? É tão escura a capa!
-Não ias gostar daquele! É um estudo que um senhor fez.
-Um estudo? Pensava que só se estudava na escola.
-Não, Maria! Há muita gente que estuda, depois de já ter andado na escola.
-E esse livro…é um estudo sobre quê?
-É um estudo sobre as consequências da poluição!
-Já falei muitas vezes sobre isso na minha aula… Para quê falar mais?
-Porque…minha querida, as pessoas crescidas precisam de mais tempo para perceber algumas coisas.
-Porquê avô?
-Porque são crescidas! Não são como tu. Não lhes basta ouvir uma vez para acreditarem. Precisam de números…de estudos!
-As pessoas crescidas são muito estranhas…tu também és assim avô?
-Mais ou menos! Não preciso de números infindáveis para perceber as coisas.
-Fico mais descansada!
-Vamos para casa? Ainda tens os trabalhos de casa para fazer!
-Sim, sim. Vamos! Mas…avô? O que são números infindáveis?
-São muitos números! Números sem fim.”
(continua)
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