fevereiro 27, 2010

Está a dizer o que quero ouvir?

-Eu nunca sei em que dia da semana estou, é grave? Ah espere espere, tenho problemas com qualquer tipo de “reconhecimento geográfico”, fuso-horários e ruas.
-É perfeitamente normal, isso tudo deriva da agitação em que hoje em dia vivemos!
-Eu só estou “em agitação” quando é para apanhar o comboio e a porta vai fechar…
-É compreensível, não o quer perder.
-E quando o meu irmão tem ataques de sonambulismo e acorda-me aos berros a pedir socorro!
-É normal também.
-Hum… também tenho ataques de riso até chorar, e como chocolate memo sabendo que vou parar ao hospital! Também é normal?
-Não, mas olhe, morre feliz.
-Lá isso é verdade. O chocolate põe as pessoas felizes!
-Pensava que já era…
-Sim, não preciso de chocolate.
-Pois não!
-Esqueço-me de fechar as gavetas e nunca sei onde deixei a carteira e o casaco!
-Não se preocupe com isso, é normal.
-Está a dizer só o que quero ouvir não está?
-Estou!
-Não é necessário! O meu pai diz que sou “optimista por natureza”, para além de só ouvir o que quero.
-Ah…
-Tenha um bom dia! Mas olhe que está a chover muito, fique em casa o resto do dia . Aliás, tire o resto da semana!
-Parece-me bem! Mas….está a dizer só o que quero ouvir não está?
-Estou.

fevereiro 16, 2010

muro(-)porta



Faz do muro uma porta.


Falar sempre foi muito fácil!

fevereiro 11, 2010

Aprender impossibilidades (?)


«Não te vou procurar. E vim para casa sabendo que pela primeira vez não o faria, interrogando-me como se faz isto, repara a impossibilidade, aprender a fazer como não se faz. É então isto a morte. E vão duas vezes que te digo isto.»

A casa quieta, Rodrigo Guedes de Carvalho.