E ali estava ela, à espera que os segundos deixassem de parecer horas,
Que os gritos dela fossem embora,
Que a dor se evaporasse!
Ali estava ela despida de sorrisos ou falsas aparências, a tentar segurar-se a si própria, a ser racional, a querer esquecer o que vira…a tentar esquecer-se.
Como é que podia fazer isso?
Tinha desistido há muito de tentar perceber… dizem que acontece o que tem de ser. – Sempre detestara esta frase, e calhou-lhe logo a ela!
Sentou-se embalada pelo comboio, à espera que quando voltasse a abrir os olhos, estivesse num outro lugar, num outro tempo…
-O que se passa com esse olhar tão triste ultimamente?
-Deixe-me esquecer-me de mim por uns momentos…
-Quando chegarmos eu aviso.
(Não quero chegar….)
junho 11, 2010
maio 23, 2010
abril 25, 2010
Sr. Américo
Odeio pessoas que não conheço de lado nenhum, que metam conversa comigo. Isso inclui gente a ler-me os apontamentos que vou a rever no comboio, ou então que tentem falar.
Oh se vou!
Gostei muito do Sr. Américo (:
O Sr. Américo foi um desses.
E ainda bem que falou comigo e que eu deixei.
Contou-me que ao fim de 86 anos de vida, ficou contente por saber que “ainda havia jovens que gostavam de ouvir aquelas historias” e que o mais importante na vida era conseguir ser feliz, e isso ele tinha conseguido (muita gente não o consegue).
E ainda bem que falou comigo e que eu deixei.
Contou-me que ao fim de 86 anos de vida, ficou contente por saber que “ainda havia jovens que gostavam de ouvir aquelas historias” e que o mais importante na vida era conseguir ser feliz, e isso ele tinha conseguido (muita gente não o consegue).
Por isso,
Vou comer chocolate,
Coisas cheias de conservantes,
Plantar uma árvore,
Ter um jardim com um cão enorme,
Ter uma sala só de almofadas,
Fazer uma lista dos melhores 100 livros que já li/vou ler,
Vou ter um Porshe,
Viajar pelo mundo todo,
Vou fazer jantares de amigos,
Ter dois filhos,
Memórias,
Sorrisos e Concretização.
Vou comer chocolate,
Coisas cheias de conservantes,
Plantar uma árvore,
Ter um jardim com um cão enorme,
Ter uma sala só de almofadas,
Fazer uma lista dos melhores 100 livros que já li/vou ler,
Vou ter um Porshe,
Viajar pelo mundo todo,
Vou fazer jantares de amigos,
Ter dois filhos,
Memórias,
Sorrisos e Concretização.
Oh se vou!
Gostei muito do Sr. Américo (:
março 22, 2010
Pode ir então.
Então o que a traz aqui? O mesmo do costume já sei.
Sim, acredita que está morta desde que ele morreu. É verdade, no fundo somos todos uma “sobreposição de estados” (Não foi a menina que me ensinou isto? ), isto implica que a menina está morta quando alguém lhe diz isso, ou viva quando sente algo parecido a um estado de equilíbrio. O que se poderá tornar muito complicado por vezes.
Ah disseram-lhe que estava no meio? Ora….dessa não estava à espera! Nunca me tinha aparecido um caso assim… se achasse bem, eu incluía-a num estudo meu. Não é nada elaborado, é mesmo só para verificar até onde vai a sua senilidade.
Sim sim, os malucos são os que andam na rua, mas sabe…esta situação é peculiar! E bem sabe que lhe acho uma certa piada, vá, faça-me essa gentileza! Terei todo o gosto em manda-la ir dar uma volta para clarificar ideias! Mas digo-lhe desde já: eu vim para esta profissão porque nem eu consigo clarificar as minhas, pensei que podia viver melhor, conhecendo o mal dos outros. Eu sei, é muito baixo da minha parte, mas sabe que cada um faz o que pode.
Não precisa da minha permissão para ir embora? De facto não, mas torna-a mais equilibrada aos olhos dos outros, pense bem no que está a dizer! Não lhe interessa?
Sim, acredita que está morta desde que ele morreu. É verdade, no fundo somos todos uma “sobreposição de estados” (Não foi a menina que me ensinou isto? ), isto implica que a menina está morta quando alguém lhe diz isso, ou viva quando sente algo parecido a um estado de equilíbrio. O que se poderá tornar muito complicado por vezes.
Ah disseram-lhe que estava no meio? Ora….dessa não estava à espera! Nunca me tinha aparecido um caso assim… se achasse bem, eu incluía-a num estudo meu. Não é nada elaborado, é mesmo só para verificar até onde vai a sua senilidade.
Sim sim, os malucos são os que andam na rua, mas sabe…esta situação é peculiar! E bem sabe que lhe acho uma certa piada, vá, faça-me essa gentileza! Terei todo o gosto em manda-la ir dar uma volta para clarificar ideias! Mas digo-lhe desde já: eu vim para esta profissão porque nem eu consigo clarificar as minhas, pensei que podia viver melhor, conhecendo o mal dos outros. Eu sei, é muito baixo da minha parte, mas sabe que cada um faz o que pode.
Não precisa da minha permissão para ir embora? De facto não, mas torna-a mais equilibrada aos olhos dos outros, pense bem no que está a dizer! Não lhe interessa?
Pronto, vá lá à sua vida.
fevereiro 27, 2010
Está a dizer o que quero ouvir?
-Eu nunca sei em que dia da semana estou, é grave? Ah espere espere, tenho problemas com qualquer tipo de “reconhecimento geográfico”, fuso-horários e ruas.
-É perfeitamente normal, isso tudo deriva da agitação em que hoje em dia vivemos!
-Eu só estou “em agitação” quando é para apanhar o comboio e a porta vai fechar…
-É compreensível, não o quer perder.
-E quando o meu irmão tem ataques de sonambulismo e acorda-me aos berros a pedir socorro!
-É normal também.
-Hum… também tenho ataques de riso até chorar, e como chocolate memo sabendo que vou parar ao hospital! Também é normal?
-Não, mas olhe, morre feliz.
-Lá isso é verdade. O chocolate põe as pessoas felizes!
-Pensava que já era…
-Sim, não preciso de chocolate.
-Pois não!
-Esqueço-me de fechar as gavetas e nunca sei onde deixei a carteira e o casaco!
-Não se preocupe com isso, é normal.
-Está a dizer só o que quero ouvir não está?
-Estou!
-Não é necessário! O meu pai diz que sou “optimista por natureza”, para além de só ouvir o que quero.
-Ah…
-Tenha um bom dia! Mas olhe que está a chover muito, fique em casa o resto do dia . Aliás, tire o resto da semana!
-Parece-me bem! Mas….está a dizer só o que quero ouvir não está?
-Estou.
-É perfeitamente normal, isso tudo deriva da agitação em que hoje em dia vivemos!
-Eu só estou “em agitação” quando é para apanhar o comboio e a porta vai fechar…
-É compreensível, não o quer perder.
-E quando o meu irmão tem ataques de sonambulismo e acorda-me aos berros a pedir socorro!
-É normal também.
-Hum… também tenho ataques de riso até chorar, e como chocolate memo sabendo que vou parar ao hospital! Também é normal?
-Não, mas olhe, morre feliz.
-Lá isso é verdade. O chocolate põe as pessoas felizes!
-Pensava que já era…
-Sim, não preciso de chocolate.
-Pois não!
-Esqueço-me de fechar as gavetas e nunca sei onde deixei a carteira e o casaco!
-Não se preocupe com isso, é normal.
-Está a dizer só o que quero ouvir não está?
-Estou!
-Não é necessário! O meu pai diz que sou “optimista por natureza”, para além de só ouvir o que quero.
-Ah…
-Tenha um bom dia! Mas olhe que está a chover muito, fique em casa o resto do dia . Aliás, tire o resto da semana!
-Parece-me bem! Mas….está a dizer só o que quero ouvir não está?
-Estou.
fevereiro 16, 2010
fevereiro 11, 2010
Aprender impossibilidades (?)
«Não te vou procurar. E vim para casa sabendo que pela primeira vez não o faria, interrogando-me como se faz isto, repara a impossibilidade, aprender a fazer como não se faz. É então isto a morte. E vão duas vezes que te digo isto.»
A casa quieta, Rodrigo Guedes de Carvalho.janeiro 31, 2010
Então é isto.
“Sentou-se no banco.
Sabia que era a primeira vez que tinha ido definitivamente, que tinha morrido e nunca mais iria voltar a ver a sua sombra sequer. Possivelmente iria reconhecer o seu cheiro numa rua qualquer no meio da multidão, iria ver alguém incrivelmente parecido, mas não era. Iria lembrar-se de episódios quando lhe caíssem fotografias esquecidas, quando tropeçasse numa caixa cheia de dias lá dentro, quando visse uma data na agenda, quando faltassem certos “rituais”. Quando passasse naquele sitio e não parasse lá mais,se quisesse apoiar naquele pilar que sempre estivera lá e que agora não estava mais.
O lugar do lado estaria agora vazio e o baloiço também não iria ranger mais.
O lugar do lado estaria agora vazio e o baloiço também não iria ranger mais.
Então é isto que se sente quando se conhece o “nunca mais”…
É. E não precisas de datas para to recordar, está em ti. “
É. E não precisas de datas para to recordar, está em ti. “
S.Bento_pic
janeiro 23, 2010
janeiro 15, 2010
janeiro 11, 2010
Repicar.
"Seria necessário voltar a repicar esses discos para poder avaliar
bem coisas que talvez nos esclarecessem e nos abrissem novos
caminhos.
Novos caminhos,
bem coisas que talvez nos esclarecessem e nos abrissem novos
caminhos.
Novos caminhos,
os caminhos mais actuais,
novos caminhos,
uma
orientação nova. "
orientação nova. "
Viva! - Sam the kid (homenagem a Carlos Paredes)
http://www.youtube.com/watch?v=XF5fa4bWr-E
janeiro 08, 2010
Despreocupação Moderna.
janeiro 07, 2010
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