maio 09, 2009

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Os dias custavam cada vez mais a passar.



Para ela, o laboratório parecia cada vez mais apertado e abafado, precisava de sair dali. Queria voltar mas não sabia se o seu regresso iria ser o desejado. Queria voltar (isso é certo), mas para onde? (ou para quem.).



Queria aparecer-lhe à porta e ele nunca mais a deixar partir. Ou se partisse, partiam os dois.



Queria voltar…mas como ia ser ao certo? Queria o antigamente, mas sabia perfeitamente que tal era impossível. Talvez a mudança não fosse tão má, ambos eram outras pessoas com novos caminhos . (Porque é que se associa mudança a uma coisa necessariamente negativa?)



Ele nunca a ia perdoar pelo facto de ela ter partido sem explicação ou motivo aparente, e de repente, voltara completamente diferente. Dizia ser a mesma, mas disso ele tinha a certeza : não era (mesmo) ela. Se assim fosse, nunca tinha deixado para trás tudo aquilo que construiram. Não o tinha posto bem lá no fundo do poço, não o tinha esquecido, não o tinha mudado (para sempre).



Se tudo o que tinham era tão verdadeiro, então porque abandonar tudo de um dia para o outro? Porque é que não lutou como sempre prometeu? Tantos porquês e não achava nenhuma resposta. Não era mais ela… eram rasgos momentâneos (dela). Ia e voltava (rasgos momentâneos.)(dela)



(O pior de tudo é sempre uma verdade mal contada.)



Porque me fizeste isto? Porquê…?







Os dias custavam cada vez mais a passar.



A hora e meia de tratamento parecia antes um dia e meio, e já nem com as cartas passava mais rápido. Queria que ela voltasse (isso é certo), mas para onde? (ou para quem.).



Os últimos meses tinham sido (no mínimo) confusos. Não só para ele, para ela também. (Principalmente para ela.) (quem era ela afinal?)







Já não se reconhecia a si próprio.



Depois dela partir, jurara a si mesmo que nunca mais iria ter qualquer tipo de relação com ela (quem era ela afinal?) e mesmo assim…tinha acontecido aquilo tudo. Sentia a falta dela, sentia falta de quem eram juntos, sentia falta….(do antigamente?).



E se tivesse sido tudo mais um rasgo momentâneo? E se ele não fosse capaz (nunca) de passar por cima (ou ao lado) do que ela lhe fez? (esquecer não estava na lista de prioridades.)



Durante aquele tempo todo em que ela partira, sentira-se bem (O que os olhos não vêem, o coração não sente.), mas com ela por perto ainda era melhor…sentia-se mais ele (seria mesmo? Ou era um cobrir de toda a raiva que lhe tinha ganho? (rasgo momentâneo)).



Faltava apenas uma semana e quatro dias…para o que quer que fosse (ou para quem), queria que ela voltasse! (Ia ter muito para ler!)







04:57h



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Crepe com chocolate quente, e desta vez não te tenho aqui para mo roubares.



Dorme bem *







04:58h



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(surpresa pelo telemóvel dar sinal de vida a esta hora)



Já falta pouco para voltares a comer os crepes sem chocolate !!!



Num instante estou aí. Saudades*







(Saudades…)

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