maio 02, 2009

Certezas, ninguém as tem

Antes de lhe tirarem o tapete debaixo dos pés, nunca tinha pensado na possibilidade de o perder.
Pensava apenas que não queria desperdiçar aqueles dias, nunca se sabe o dia de amanhã ( que sentido fazia esta frase… ).
Tinham estado separados dois anos, e pouco (muito?) mudara… mas estava lá tudo. (Seria o mesmo?) Era tudo diferente e tão familiar ao mesmo tempo.
Os últimos meses tinham sido…diferentes, familiares(?). Era um “como dantes” , um bocadinho diferentes. Não se mostravam aos outros, as mãos soltavam-se à saída do elevador. Mas mesmo assim, não trocava nada daquilo.
Pouco tempo tinham passado em casa, apenas as já habituais pausas no sofá (três para um e meio?) os deixavam passar por lá. Havia sempre uma desculpa para lá ficar, lá não haviam olhares indiscretos ou encontros inesperados. Voltaram a cada canto ou lugar “esquecidos” por momentos, inspiraram cada memória em cada rua, em cada jardim, em cada banco. Fizeram mil e quinhentos almoços “pseudo saudáveis”, ela roubou-lhe o chocolate do crepe sempre que pôde e ele…ele guardou cada sorriso dela. Que saudades que tinha de a ver assim…
Queriam guardar aquilo para eles…ele sempre disse “guarda o melhor para ti”, e tencionava que assim fosse por muito tempo.

Tinham-lhes tirado o tapete debaixo dos pés e nem um nem outro sabiam como reagir. Não podiam ficar só por ali…. Ainda tinham tanto pela frente.
O que iria acontecer a seguir? Nem um nem outro eram peritos em esperas….

Certezas, ninguém as tem .

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